Governador defende ação enérgica da PM

O secretário estadual de Segurança Pública,  Fernando Grella, reforçou o discurso do governo. “A atuação da polícia foi correta e nós temos o compromisso de esclarecer todos os casos de abuso”, afirmou, sinalizando como será a postura na protesto da próxima segunda, já marcado pelos manifestantes.




Enquanto manifestantes levantam as mãos, PMs se escondem atrás de escudos
A Polícia Militar, porém, está com problemas em lidar com as passeatas recentes devido à ausência de liderança do Movimento Passe Livre, organizador dos protestos ao aumento da tarifa do transporte público, que têm acabado em violentos confrontos com a polícia, em quatro ocasiões.
No confronto de quinta-feira, ao menos cem manifestantes e oito jornalistas ficaram feridos. Especialistas analisaram a ação da polícia e detectaram erros. “Houve excesso e esse excesso temos de denunciar. A polícia tem de ter equilíbrio. Ela foi treinada para isso”, diz o professor e jurista Luiz Flávio Gomes, do Instituto Avante Brasil. “Os dois lados erraram”, completou Gomes.
“Na maioria das manifestações há estruturas mais sólidas, como sindicatos, com lideranças reconhecidas. Essas, quando fazem protestos, têm domínio sobre seus liderados. Quando em uma manifestação que parte de uma estrutura desorganizada, com lideranças rarefeitas, você não tem como viabilizar acordos. Esse tipo de manifestação acéfala acaba em desordem”,  falou o coronel José Vicente da Silva, ex-secretário nacional de Segurança.
Duas visões sobre o mesmo comportamento
O DIÁRIO pediu a opinião de dois especialistas em segurança sobre a ação da Polícia Militar na manifestação ocorrida nesta quinta-feira.
José Vicente da Silva, ex-secretário nacional de segurança pública 
‘Eles foram provocados ao máximo’
A polícia fez o que foi possível. Firmou alguns pontos de honra, para colocar limites. A Avenida Paulista é uma área que não pode ser tomada de jeito nenhum porque é vital para a cidade. Sobre o começo da violência, vi uma imagem na Rua da Consolação em que mil manifestantes em postura agressiva, atirando pedras e paus, ilharam 17 policiais militares. Os policiais, que não eram do Choque, então começaram a disparar, era preciso tomar alguma ação de dissuasão,  senão eles seriam massacrados. Eles foram provocados ao máximo.

Melina Risso, diretora do Instituto Sou da Paz
‘A polícia abusou da força’
Houve um uso desproporcional da força por parte da polícia na repressão da manifestação de quinta-feira. É preciso lembrar  que vivemos em um país democrático e precisamos aprender a ter uma polícia dentro desse contexto. O direito de manifestação está garantido constitucionalmente. Abusos precisam ser coibidos sem dúvida nenhuma. O excesso por parte de um grupo, no caso dos manifestantes, não justifica o excesso por parte do outro, os policiais. A polícia, que é o braço armado do estado, precisa sempre operar dentro da legalidade.